- Apresentação cuidada e organizada;
- Correcção ortográfica e sintáctica;
- Registo dos conteúdos / actividades desenvolvidos na aula;
- Registo dos sumários, com identificação da data e do nº da lição;
- Realização dos trabalhos de casa.
Para te auxiliar na correcção de alguns dos problemas mais recorrentes aqui ficam algumas dicas.
Os erros ortográficos mais frequentes:
- O uso de minúscula quando se escrevem nomes próprios (países, cidades, tratados, conferências...) e quando se inicia uma frase. Nestes casos não há que enganar, pois deve utilizar-se sempre a maiúscula;
- A não acentuação das palavras, sobretudo quando se trata dos iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiis!!! Por exemplo as palavras acabadas em ível, como possível, são sempre acentuadas no í!!!
- A pontuação não é respeitada. Mesmo quando fazemos esquemas e sínteses, devemos usar sempre alguma pontuação. A virgula é indispensável para enumerar diferentes aspectos / componentes de uma frase e o ponto e virgula é fundamental para separar ideias!
- Confusão com as palavras acabadas em ção ou são como ascensão e não ascenção, esta última está errada!
- A utilização do hífen. Por exemplo der-mos está completamente errado mas deu-me está correcto, tal como seguir-mos (errado) e seguiu-me (correcto). Outra situação: aprendeste (correcto) e aprendes-te (errado).
Casos mais raros mas também mais graves e perigosos:
- Escrever todas as palavras com maiúsculas (O JOAQUIM FOI A CASA DA MARIA PARA LHE PEDIR O CADERNO EMPRESTADO.) ;
- Usar maiúsculas no meio de uma palavra (O JoSé é um rApAZ impeCáVel.).
Por vezes, acontece darmos um erro sem querer (não confundir com crêr!). Não precisamos de nos auto-flagelar! Acontece a qualquer um. O que devemos é corrigir, escrevendo várias vezes para não esquecer (a repetição continua a ser um método eficaz para obrigar o cérebro a registar) ou encontrando mentalmente uma estratégia para facilitar a memorização correcta da redacção da palavra (lembrando algumas regras fundamentais da língua portuguesa ou usando uma mnemónica, por exemplo).
Actualmente, apesar dos Planos de Leitura e Projectos desenvovidos nas Escolas para a valorização da leitura e da escrita, as dificuldades no domínio da língua portuguesa são inúmeras e só podem ser ultrapassadas quando cada um tiver como preocupação fundamental auto-corrigir-se e aceitar de bom grado a correcção, por parte de professores e colegas.
Infelizmente já se vulgarizaram ideias como estas, que não ajudam, em nada, à reabiliação da língua portuguesa :
- "A professora de História não é professora de Língua Portuguesa, como tal não deve descontar na avaliação dos cadernos e dos testes os erros ortográficos e sintácticos apresentados";
- "Só nos testes de Língua Portuguesa é que necessitamos de escrever correctamente!";
- "O que interessa é a informação estar lá e fazer-me compreender! Dá para compreender, não dá? Então chega!"
- "Já fiz a revisão do teste e não sei mais nada!" (E a revisão ortográfica / sintáctica foi feita?).
Para que todas estas falsas ideias não tomem o lugar daquelas que são boas, correctas e construtivas, precisamos de nos lembrar a nós mesmos, com alguma regularidade, o quanto é importante ESCREVER BEM! (Agora usei as maiúsculas propositamente, para chamar a atenção, isto também é permitido, de vez em quando)!
É isso que estou a fazer agora, lembrar-me a mim e a todos os que comigo trabalham, que devemos definir como prioridade máxima do nosso trabalho o desenvolvimento da capacidade de falar e escrever bem. Isso tem um alcance muito maior do que, por vezes, nós pensamos. Para conseguirmos exprimir os nossos pensamentos, desenvolver ideias próprias, defender pontos de vista, revelar sentimentos e saber geri-los da melhor forma, existe uma ferramenta, aqui mesmo à mão de semear, a língua!! É só preciso dar-lhe a devida importância e o espaço e tempo que ela merece na nossa vida. Quando começarem a dar essa importância vão verificar o quanto começam a gostar daquilo que dizem e que escrevem e a vontade que cresce de fazer sempre melhor!
Os Gregos e, posteriormente, os Romanos conheciam muito bem as vantagens de falar e escrever bem. Por isso, a oratória e a retórica eram consideradas formas de arte. A arte de falar bem e de saber argumentar eram ferramentas fundamentais para se exercer as funções de cidadão. Ao cidadão, já nessa época, se exigia que fosse interventivo e um participante activo na vida política da sua cidade. Não te esqueças que a democracia nasceu em Atenas , na Grécia e que, nessa altura, era exercida de forma directa por todos os cidadãos. Qualquer ateniense, desde que fosse cidadão, podia participar na Assembleia (Eclésia) e votar as leis de braço no ar ou propôr projectos de lei (na Bulé). Percebes, agora, porque era tão importante saber discursar e argumentar com correcção!
Bom, por hoje já chega de retórica! Apenas deixo uma última ideia, aquela que Antoine de Saint-Exupéry tanto repetiu no seu livro, O Principezinho. Tudo aquilo a que nós damos atenção e cuidamos devidamente, cresce em proporção da dedicação que lhe atribuimos. Vamos fazer o mesmo com a nossa língua. Fazer do falar e do escrever uma arte, à maneira dos Gregos e dos Romanos!
Os votos de um bom feriado para TODOS OS MEUS ALUNOS e respectivas famílias (reparem que na palavra famílias, o í é acentuado!) !!!!
Notas finais: Depois desta conversa toda, espero que dês uma revisão final no teu caderno e corrijas os erros. É sempre bom para mim e para ti, aparecer lá escrito um Excelente! Para além disso, deixa-me um pouco mais sossegada e satisfeita, pois convence-me que não estive a pregar para os peixes, como o fez o nosso Padre António Vieira, em virtude de os humanos não o escutarem.
Abraços sinceros, pela tua enorme paciência em me escutares (nos tempos que correm saber escutar é uma grande virtude!),
prof. Helena Pereira